segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

                                 Dia Morno!        


                                          Tem dia que a gente acorda assim se sentindo até mais velho do que é: o corpo quer ficar mais um pouco na cama, tentando um ou outro alongamento, tipo mesmo cachorro ou gato quando desperta! Pensamos nas gárgulas que criamos em nossas catedrais e que ficam nos espiando para ver se nos metem medo ou se conseguimos enfrentar as batalhas do dia-a-dia. Pensamos nos filhos, amigos e familiares em geral e sentimos a culpa por não estarmos mesmo é preocupados com os órfãos pela catástrofe do Haiti. Ficamos assim assistindo as tragédias do mundo e as nossas pessoais e lamentamos muito o que não pudemos fazer; e uns rezam enquanto outros torcem para que as dores se minimizem.
                                            Acho que é assim mesmo com todo mundo. Tem dia que queremos mesmo é arrancar o dia da folhinha do Coração de Jesus (minha mãe é apostolada e sempre na minha casa houve o costume de se acompanhar o ano por esse sacro calendário) e como que engolir mosca pelo dia sem fazer nada. Conferimos a costura da pontinha do travesseiro para ver se ela nos distrai daquilo que nem sabemos; acompanhamos os primeiro barulhos do dia e os carros que começam a transitar pelos paralelepípedos desconexos que formam as ruas, fábricas de parfafusos soltos nos nossos carros. O cachorro tenta subir na cama para nos fazer uma graça mas nem damos bola para ele e até gritamos um "sai Ravi!" para espantar a lombeira! Mas mesmo assim levantamos e começamos esse dia já previsto morno.
                                          Passa rápido! Amanhã tudo se renova e talvez caminhemos e façamos dieta novamente, e talvez colhamos uma nova flor do nosso quintal, ou troquemos a água doce para que o beija-flor apareça, e talvez nem nada aconteça de especial mas já o será se acordarmos felizes: ao menos um pouco mais felizes que hoje! Tem dia que não se deve nem acordar: fingir que somos "café com leite" nessa brincadeira de vida! É, é bricadeira!       

Um comentário:

Alice Guimarães disse...

Marcelino!
Nem preciso dizer o quanto te gosto e te admiro , você sabe ..Mas quero deixar registrado aqui o jeito que mais gosto de ti...o jeito poeta ..Fico horas aqui lendo as coisas que você escreve, muito parecido com Rubem Alves que eu adoro ( mas vc é meu poeta preferido) ...Só alguém especial poderia escrever coisas tão bonitas ..Bjos enormes