terça-feira, 23 de setembro de 2008

Os Sinos

OS SINOS
(à tia Nelly)
marcelino tostes padilha neto

Mesmo que ocorra toda a
calma da cidade
Todos os dias,
Nos mesmos dias,
Nas mesmas horas,
Nos mesmos tons,
Nos mesmos sons,
Tocam insistentemente os sinos.
Badalam em nossos ouvidos
calmos pela cidade
Clamando por nossos dias,
Imensos dias,
Intermináveis horas,
Imutáveis tons,
Despercebíveis sons,
Dos sempre imperturbáveis sinos.
Martelam em nossas consciências
calmas pela cidade
Cobrando por mais um dia,
Pecaminoso dia,
Glorificadas horas,
De desgraçados tons,
Harmoniosos sons,
Dos cúmplices e vigilantes sinos.
E porque tocam calmamente estes
sinos da cidade,
Incessantemente com seus hinos,
Irritantemente com suas rezas,
De monótonos dias, horas,
Tons e sons,
Vou me adaptando à calma da cidade,
dos ouvidos,
das consciências.

2 comentários:

Plínio Augusto Tostes Padilha Moreira disse...

Oi Tio, vi o recado no ORKUT e passei para dar uma espiada... Muito bom para quem é iniciante!!! Sucesso em seu novo empreendimento!
Quanto aos sinos, interessante a sensação bipolar que muitas das vezes preenchem o silêncio da rotina... Foi muito bem transcrita na prosa apresentada! Abração forte!

Unknown disse...

Olá Marcelino, passei para visitar seu blog, e achei muito interessante, ficou 10, se já está assim que é iniciante imagina depois,rsrsrsrs.
Desejo muito sucesso para vcs, saiba que estou torcendo muito e pedindo a Deus ilumine vcs cada vez mais.
Um grande beijo.