terça-feira, 3 de maio de 2011

   MINHA MÃE
                                 Marcelino Tostes Padilha Neto

Num certo Natal,
Com o seu José,
me trouxe menino!
Anjo discreto no seu guardar,
Deu-me raízes
E construiu minhas asas
(pena por pena)
Para o meu voar...
Tomou-me os pontos no ponto certo
Leu redações, nem sei mais quantas!
Rezou os terços do mês de maio,
Armou presépios de meus dezembros...
Choramos juntos,
Mas rimos tão mais
que nos sabemos felizes.
Tricotou blusas de meus invernos,
Refez mil vezes mangas de camisas
(sempre franzidas! rsrs)
Cerziu roupas e feridas
De minha infância,
Dançou comigo nos primeiros bailes!
Cartas na mesa,
Delícias de doces ...
Me deu os abios, caquis e jambos
Que nem sei como são mais.
Escravos de Jó,
Lá vai o ganso!
: sou filho da mãe!
- Cadê o toucinho que tava aqui?

(Espero as canções
que ainda não tocou prá mim!)

Um comentário:

Fátima Cerqueira disse...

Tão bom ler seus versos. Obrigada pelo voltar aqui. Lindo. Abraços